domingo, 2 de novembro de 2008

Sísifo

Antoni Abad, Sísifo, video sem fim, 1995
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Figura célebre da mitologia grega, Sísifo está no centro de várias lendas que o apresentam todas como um mortal excepcionalmente astuto. Uma delas faz dele o filho de Eolo, antepassado do deus do vento com o mesmo nome. Através da astúcia, ter-se-ia tornado amante de Anticlea, prometida a Laertes, e seria assim o pai de Ulisses, o herói mais conhecido da mitologia grega. Noutras lendas, teria denunciado Zeus, autor do rapto de Egina, filha do deus do rio Asopos, atraindo assim a cólera do deus dos deuses. Seja qual for a versão escolhida das suas façanhas e das suas astúcias, a maioria das narrativas que lhe dizem respeito terminam com a punição que o tornou célebre: sob as ordens de Zeus, Sísifo foi condenado a empurrar eternamente um enorme rochedo até ao alto de uma colina. A tarefa era sempre recomeçada porque o rochedo ao chegar ao cimo era arrastado pelo seu próprio peso, e voltava a rolar pela mesma encosta que subira. No Mito de Sísifo (1942), Albert Camus apresenta este herói como uma espécie de símbolo da condição humana: «A clarividência que devia fazer o seu tormento» escreveu a propósito de Sísifo, «consome ao mesmo tempo a sua vitória. Não há destino que não se domine pelo desprezo.» AA. VV., Dicionário Prático de Filosofia, Lisboa, Terramar, 1997, p. 358.